Margarida Alçada
O estatuto de Património Mundial não se reduz a um título que se alcança; preservar o património a que as comunidades atribuem um valor excepcional, representa uma responsabilidade social colectiva com a consciência da missão de guardiões de uma herança, insubstituível como valor de memória e de identidade mas, também, como recurso económico a legar às futuras gerações.
Ao apresentarmos uma Candidatura à Lista da UNESCO assumimos, assim, um compromisso não só de toda uma comunidade mas, também, do País, para um programa de longo curso, tendo em vista a preservação de um Bem cujo valor a comunidade e o país entendem ser de importância relevante para toda a Humanidade.
No desenvolvimento do processo de Candidatura à Lista do Património Mundial importa, assim, criarmos mecanismos que se constituam como os motores do desenvolvimento sustentável das regiões, ancorado nos valores do excepcional património que detêm.
Trata-se de justificarmos de que modo esses valores foram apropriados pela comunidade e são passíveis de serem admirados, compreendidos e “consumidos” pelos visitantes, a nível mundial. Trata-se, pois, de um compromisso para um novo paradigma e do estabelecimento de uma agenda onde o património se coloca como a pedra angular de um processo de desenvolvimento sustentável.
A Rota das Fortalezas Abaluartadas da Raia afirma-se como o projecto estruturante desta Candidatura, com vista a dinamizar a economia das regiões, assumindo o papel de catalisador na apropriação deste património pelas comunidades residentes, integrando-o na dinâmica económica local, e de veículo de comunicação a quem o visita.