Edwin Paar
Em 2012 a pequena cidade fortificada Elvas foi elevada à Lista do Património Mundial da UNESCO. Pareceu que várias entidades estavam a olhar atenciosamente o projeto da candidatura de Elvas: outras praças fortificadas na zona fronteiriça, tanto em Portugal, como em Espanha. Era bem possível que o novo status de Património Mundial traria um certo influxo económico para Elvas e as outras entidades queriam também um pedaço do bolo.
Entretanto, já passaram seis anos e podemos estudar as consequências do novo status de Elvas e das outras praças fortificadas. Em 1997, quando o projeto da candidatura de Elvas começou, a ideia era de encontrar uma nova fonte económica. Em vez dos turistas espanhóis que vinham passar um dia em Elvas para comprar toalhas e cobre, Elvas queria atrair turistas de culto. Esses são pessoas que ficariam mais tempo em Elvas e que gastariam mais dinheiro. Mas: na altura faltava a infraestrutura para isso.
Também em 1997 existia a ideia errada que a UNESCO ia dar subsídios e arranjar outros benefícios para Elvas. Mas de facto Elvas e Portugal tinham que pagar para a novo status. Em 2012 falei num congresso em Badajoz. O título de minha palestra era: Elvas Património Mundial, o verdadeiro trabalho só começa agora. Para chegar na Lista do Património Mundial Elvas tinha que cumprir algumas condições: manter os valores únicos do conjunto arquitetónico.
Na minha palestra vou apresentar alguns exemplos das cidades fortificadas na zona fronteiriça. Quais são as ideias dos municípios enquanto ao património arquitetónico militar? Onde estão os turistas de culto? Já existe uma nova infraestrutura para esses turistas? É que os municípios já estão a cooperar numa ligação das cidades fortificadas?
É bem interessante de mostrar alguns exemplos na Holanda: Hulst, Heusden, Bourtange, Nieuwpoort e Naarden. Como está a funcionar a Fundação Menno van Coehoorn? Seria um bom exemplo para Portugal e Espanha? Quais são as outras possibilidades que existem para salvaguardar as fortificações seiscentistas?